Pesquisar este blog

terça-feira, 31 de maio de 2016

Representei a OAB/MG em audiência pública na Assembleia Legislativa para esclarecer sobre o deslocamento de grande parte do efetivo da Polícia Militar para Ouro Preto em 21/4/2016

Matéria do site da Assembleia Legislativa sobre a audiência pública em que representei o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG. Objetivo foi esclarecer sobre o deslocamento de grande parte do efetivo da Polícia Militar para Ouro Preto em 21/4/2016, e sobre a forma de atuação dos policiais militares no evento realizado nesse município, os quais infringiram a Constituição da República. No evento, entidades de classe e o deputado Sargento Rodrigues (PDT) teriam sido recebidos com truculência, impedidos de acessar o local e até atacados com gás lacrimogênio.

Esta foi a segunda reunião sobre o tema. Uma terceira audiência já foi agendada para o próximo dia 21 de junho.






Acompanhe : Notícias
NOTÍCIAS 
31/05/2016 14h28 - Atualizado em 31/05/2016 15h56

Gabinete Militar se exime de violência em Ouro Preto

Órgão alega não ter autoridade sobre policiais que teriam agredido deputado e lideranças na Medalha da Inconfidência.



Álbum de fotosEsta foi a segunda reunião sobre o tema e contou com a presença de alguns envolvidos no caso. Uma terceira audiência foi agendada para o dia 21 de junho - Foto: Guilherme Bergamini

O chefe do Gabinete Militar do governador do Estado, o coronel da Polícia Militar (PM) Helbert Figueiró de Lourdes, afirmou que o órgão que dirige é autônomo e desvinculado das polícias, o que significa dizer que não tem autoridade funcional sobre os comandos das forças segurança. A declaração, em tom de justificativa, foi dada nesta terça-feira (31/5/16), em mais uma audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para esclarecer os incidentes ocorridos durante a cerimônia de entrega da Medalha Tirantes em Ouro Preto (Região Central do Estado), no último dia 21 de abril.

Na ocasião, entidades de classe e o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), teriam sido recebidos com truculência, impedidos de acessar o local e até atacados com gás lacrimogênio. Por outro lado, membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) teriam tido livre acesso ao evento, na Praça Tiradentes.
Saiba mais
Entidades de classe reforçam denúncias de abuso de poder

A reunião desta terça (31) foi segunda sobre o tema e contou com a presença de alguns envolvidos no caso. Como alguns dos militares convocados não compareceram, Sargento Rodrigues agendou uma terceira audiência para o próximo dia 21 de junho.

Em suas explicações, o chefe do Gabinete Militar lembrou ainda que o deslocamento do efetivo policial para o evento da Medalha Tiradentes foi semelhante ao de anos anteriores, em resposta a questionamento do deputado Sargento Rodrigues. “Em 2014, foram escalados 717 militares; em 2015, um total de 617 e, em 2016, um montante de 626”, disse.

Helbert Figueiró explicou que o MST e a CUT fizeram credenciamento prévio -Foto: Guilherme Bergamini

O oficial afirmou, ainda, que o acesso à praça foi feito pelos membros do MST e CUT por meio de credenciamento prévio. Segundo ele, havia três pontos de controle de acesso e o local onde os representantes de classe foram barrados era apenas o primeiro. “Eram 1940 credenciados para o evento, sendo 364 por meio de pulseiras, como foi o caso destes movimentos sociais”, ressaltou.

O coronel confirmou que houve um contato prévio das entidades de classe barradas para que se desse o direito à livre manifestação, conforme reivindica Sargento Rodrigues. Contudo, segundo o chefe do Gabinete Militar, a competência do gabinete não é definir quem entra, mas, uma vez definido, impedir quem não está autorizado. "Entendo que tenha faltado uma construção melhor desta agenda", concluiu Helbert Figueiró.

Credenciamento não teria sido informado, segundo associações

Representantes das entidades de classe que foram barrados pela Polícia Militar no dia do evento disseram não ter sido procurados em nenhum momento pelo Governo do Estado para que fizessem o credenciamento prévio. Mais do que isso, teriam feito contato e acordado que estariam presentes para se manifestarem contra o parcelamento de salários dos servidores e, mesmo assim, foram repelidos com truculência.

O presidente da Associação dos Praças Policiais Militares e Bombeiros do Estado (Aspra), sargento Marco Antônio Bahia, relatou que eram cerca de 60 pessoas no grupo e todos sabiam da possibilidade de credenciamento, mas que não foram atendidos pelo cerimonial do Executivo.

Ele também criticou que muitos dos membros do MST e da CUT presentes no evento também não estavam identificados com credenciais. “Isso causou estranhamento. O atual governo até aquela data não havia recebido as entidades de classe e não vem pagando o salário no 5º dia útil. Queríamos apenas demonstrar nossa indignação, não queríamos enfrentar ninguém. A intenção era pacífica”, explicou.

O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar (AOPMBM), tenente-coronel PM Aílton Cirilo da Silva, reforçou que a orientação era para que todas as entidades de classe fizessem uma manifestação pacífica, deixando claro o repúdio ao parcelamento de salários. De acordo com ele, o comando da PM sabia que eles estariam presentes, mas, ao chegar, foram informados que não teriam acesso por não ter credencial. “Se fôssemos informados, teríamos providenciado. Faltou flexibilização e bom senso”, ponderou.

O presidente do Centro Social de Cabos e Soldados, cabo Álvaro Rodrigues, ressaltou que as entidades de classe foram recebidas pelo Batalhão de Choque e tratados com intolerância, a mando do governo. Assim como os demais, reforçou que o credenciamento não foi informado previamente e que tinham o objetivo de se manifestar democraticamente.

Alexandre Rodrigues disse que conseguiu entrar no evento ao pegar emprestado um boné do MST - Foto: Guilherme Bergamini

Acesso diferenciado – O representante da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (Ascobom), sargento Alexandre Rodrigues, rechaçou a justificativa do Executivo de que o acesso foi proibido devido à ausência de credenciamento. Segundo ele, ao pegar um boné do MST emprestado, teria conseguido entrar na área do evento sem ser importunado.

“Contesto a acusação de que houve agressão do nosso movimento. Fomos traídos pelo comando, com o qual tínhamos acordado a manifestação. Vou processar todos os policiais que agiram de forma arbitrária na ocasião”, afirmou.

O membro da AOPMBM, coronel Alberto Luiz, ponderou que não há intenção de culpar os soldados e oficiais que estavam cumprindo ordens superiores. O que houve, para ele, foi descumprimento de direitos e falta de sensibilidade.

Por fim, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Wagner Dias Ferreira, pediu que o governo apure os fatos ocorridos. Ele alertou que é preciso sempre estar atento aos riscos de redução de direitos e violação de cláusulas constitucionais.


Parlamentares querem saber de quem foi a ordem para reprimir

Alguns deputados consideraram que as respostas dadas na reunião não foram satisfatórias - Foto: Guilherme Bergamini

O vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado João Leite (PSDB), lamentou a agressão aos membros das associações de classe e ao deputado Sargento Rodrigues, que, segundo ele, representam centenas de milhares de pessoas. Para João Leite, não foi dada pelo Estado uma resposta sobre quem ordenou que o acesso à cerimônia fosse impedido. “Pessoas que defendem uma categoria foram feridas pelos próprios representados. É preciso que o governo nos dê uma reposta adequada quanto a essa violação de direitos”, pediu.

O deputado Gustavo Corrêa (DEM) também avalia que a resposta sobre quem deu o comando para que o parlamentar e as entidades fossem barradas não foi dada. Em sua fala, discordou que o problema tenha sido só a falta de credenciamento. “O acesso foi definido por afinidade com o Governo do Estado. Ao longo da história, o espaço para manifestação sempre foi garantido no evento de 21 de abril, em Ouro Preto”, defendeu.

O deputado Cabo Júlio (PMDB) classificou a situação como "lamentável", uma vez que seriam colegas combatendo colegas. O parlamentar destacou que esse tipo de impedimento sempre aconteceu, mas que, na sua opinião, o mais grave teria sido o tratamento diferenciado dado a outras entidades de classe. “Faltou organização para dar espaço para os manifestantes. Os deputados são fiscais do Poder Executivo, portanto não podem ser barrados nunca”, disse, ao solidarizar-se com o presidente da comissão.

O deputado Sargento Rodrigues apresentou um vídeo sobre o incidente, que comprovaria que membros da CUT e do MST entraram livremente no evento, enquanto ao deputado e aos representantes de classe teria sido proibido o acesso. Para ele, houve violação do direito de ir e vir, que está na Constituição da República. Também lamentou o fato de o comando da PM saber que as entidades de classe iriam ao local e, ainda assim, terem impedido o acesso à praça. “Não tivemos os esclarecimentos devidos. Continuo sem saber de onde veio a ordem”, cobrou.

Contraponto – O líder de Governo na ALMG, deputado Durval Ângelo (PT), questionou a versão do presidente da comissão, ao alegar que o colega teria insuflado e insultado os policiais militares na ocasião. De acordo com ele, em anos anteriores, sempre teria havido orientações de segurança desta natureza e, contudo, nenhum parlamentar teria cometido agressões como esta.

“Em governos passados, a proibição de manifestantes era comum. Os membros do MST e da CUT foram credenciados para participar do evento”, alegou. Durval Ângelo acusou, ainda, o deputado Sargento Rodrigues de sensacionalismo. “Violação maior foi a da regra estabelecida, que reduz a legitimidade dos militares”, finalizou.

Requerimento - Na mesma reunião, foi aprovado requerimento, do deputado Wander Borges (PSB), para a realização de audiência pública sobre o aumento da violência na região de Campo das Vertentes.

Consulte o resultado da reunião.



segunda-feira, 23 de maio de 2016

Maiores jornais de Minas publicam meu artigo

Os três maiores impressos de Minas Gerais publicaram meu artigo A Clientelização do Jovem Negro. No dia 17, saiu no Estado de Minas e no Jornal Hoje em Dia | Portal HD. Já no dia 18, foi em O Tempo. Falta apenas conseguir a edição deste. Assim que conseguir, disponibilizo aqui.

"As pessoas no exercício de atividades profissionais ligadas à área penal estão surdas ao discurso da vitimização do jovem negro, bem como de sua clientelização pela segurança pública, mas é preciso continuar proclamando este argumento, para que ele comece a ser ouvido e assim possa repercutir nos processos de modo mais efetivo". - Wagner Dias Ferreira







quarta-feira, 18 de maio de 2016

Audiência Pública na Assembleia Legislativa

Representei o presi-dente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, William Santos, nesta terça-feira (17/5), em audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O objetivo foi ouvir representantes da PM para prestarem esclarecimentos sobre o deslocamento de grande parte do efetivo da Polícia Militar para Ouro Preto em 21/4/2016, e sobre a forma de atuação dos policiais militares no evento realizado nesse município, os quais infringiram a Constituição da República, especialmente os direitos de ir e vir, de manifestação e de liberdade de expressão e garantias com natureza de cláusulas pétreas, em cumprimento a ordem do governador do Estado. Acesse o resultado da audiência.

domingo, 8 de maio de 2016

Representantes da OAB/MG fazem vistoria a centrais de flagrantes em BH

Na última quinta-feira (5/5), atendendo à convocação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Minas Gerais – CDH-OAB/MG, William dos Santos, os advogados e membros da Comissão de Direitos Humanos – OAB/MG, Wagner Dias Ferreira e Hebert Tadeu Oliveira, além do agente administrativo da CDH-OAB/MG, Thiago Gusmão, acompanhados pela presidente em exercício do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (SINDEPOMINAS), Míriam de Oliveira Galuppo, compareceram nas unidades da central de flagrantes CEFLAN I e CEFLAN II, no bairro Floresta, em Belo Horizonte.

Constatadas as condições desumanas a que estão submetidos os presos em flagrante e por cumprimento de mandado de prisão de Belo Horizonte, foi registrado um relatório de atividade, que será encaminhado à presidência da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, bem como à presidência da OAB/MG, à Defensoria Pública de Minas Gerais, ao Ministério Público de Minas Gerais e à Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas Gerais para as providências cabíveis.

Relatório na íntegra: 







RELATÓRIO DE VISITAS ÀS DUAS CENTRAIS DE FLAGRANTES - CEFLAN(S) I e II DA PCMG NA CIDADE DE BELO HORIZONTE

No dia 05 de maio do corrente ano, atendendo à convocação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Minas Gerais – CDH-OAB/MG, Dr. William dos Santos, que a pedido do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (SINDEPOMINAS), os advogados e membros da CDH – OAB/MG, Dr.s, Wagner Dias Ferreira, OAB/MG 62.846 e Hebert Tadeu Oliveira, OAB/MG 168.211, o Agente Administrativo da CDH-OAB/MG, Thiago Gusmão – Registro Funcional nº 15961, acompanhados pela Presidente em Exercício do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Minas Gerais (SINDEPOMINAS), na pessoa da Dr.ª Míriam de Oliveira Galuppo, a equipe da CDH – OAB/MG, compareceu nas unidades da CEFLAN I e CEFLAN II, nos endereços, rua Pouso Alegre e rua Conselheiro Rocha, ambas no bairro Floresta, situado nesta capital.

Nos locais em que foram realizadas as vistorias, a equipe da CDH – OAB/MG, constatou que as condições as quais são insistientemente submetidos os presos, são desumanas e degradantes e, faz-se notório o sucateamento do local, não somente no que diz respeito à precariedade da carceragem e a ausência de vagas, mas também pelo reduzido quadro de servidores para atenderem a enorme demanda.

Na CEFLAN I, em diálogo com os presos que se encontravam amontoados na pequeníssima cela que ali existe, na parte inferior do prédio, receberam do preso mais antigo da cela a informação de que ''tem mais de 10 dias que estou aqui'', que um outro preso portador do vírus HIV já se encontrava ali há uma semana sem acesso aos seus medicamentos antirretrovirais e também foram informados de que já passara por aquela cela, tendo ali permanecido por três dias um outro preso portador de tuberculose, sem que recebesse seu tratamento regular no período de permanência na cela. Na cela do piso superior da CEFLAN, I repetiram-se as reclamações e foram constatadas condições semelhantes. Uma particularidade que agrava a condição de degradação é que na cela de baixo não há banheiro, dependendo os presos de serem retirados com algema a todo momento para irem ao banheiro e de ser colocada uma mangueira de água fria para o banho que ocorre uma vez por semana, e isso por misericórdia dos policiais que improvisam para proporcionar este “alívio”. Os próprios presos elogiam os policiais reconhecendo sua conduta humanitária.

Tendo a equipe da CDH – OAB/MG comparecido na CEFLAN II vislubraram as mesmas condições e reclamações.

Constatadas as condições desumanas a que estão submetidos os presos em flagrante e por cumprimento de mandado de prisão de Belo Horizonte registra-se o presente relatório de atividade para ser encaminhado à Presidência da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, bem como à Presidência da OAB/MG, à Defensoria Pública de Minas Gerais e ao Ministério Público de Minas Gerais e à Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas Gerais para as providências cabíveis.

Belo Horizonte 6 de maio de 2016.
            Registo Funcional nº 15961               

_____________________________________________________________________
Rua Guajajaras, 2287  - Barro Preto - Belo Horizonte/MG – CEP 30.180-101
(31)2512-9607
cdh@oabmg.org.br

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sindepominas publica matéria sobre a vistoria da OAB/MG às centrais de flagrantes em BH


SINDEPOMINAS LEVA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA OAB PARA AS CEFLANS