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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Artigo Poder e Autoridade na imprensa

No artigo deste mês, intitulado O poder e a autoridade, discuto a relação entre força e autoridade nas estruturas do Estado: é fato que a sensação de ausência de segurança é marcante e crescente. Mas o melhor funcionamento das instituições do Estado é que proporcionará maior respeito dos brasileiros para com o Estado, superando a sensação de ausência de segurança de forma que todos possam se reportar ao Estado Governo, Juiz e Legislador reconhecendo sua autoridade e não a sua força. Confira onde ele já foi publicado:

Dom Total: 
Jornal da Manhã (Uberaba): 
http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,116094

Informe Jurídico:

O Debate:

Justiça em Foco:



Gazeta de São João del-Rei:

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Artigo do mês de setembro na revista Dom Total

Colunas Wagner Dias Ferreira

17/09/2015  |  domtotal.com

O poder e a autoridade

A leitura da Bíblia é um hábito que muitas pessoas pensam ser apenas para quem tem fé. Mas muitas coisas que estão escritas no Livro Sagrado dos cristãos podem ser extremamente elucidativas para situações da vida real, fornecendo ao estudioso ou mesmo ao leitor superficial elementos importantes para a observação da sociedade e sua interpretação. Por exemplo: no fim do discurso chamado por muitos de Sermão da Montanha, há uma frase informando que os ouvintes daquelas palavras proclamam que o orador expressava autoridade.
Mateus, capítulo 7, versículos 28 e 29 diz: "aconteceu que ao terminar Jesus essas palavras as multidões ficaram extasiadas com o seu ensinamento, porque as ensinava com autoridade e não como os seus escribas" (Bíblia de Jerusalém, Ed. Paulus, 2002, 8ª Impressão 2012). Vejam que está bem distinta a palavra autoridade. Bem separada do comportamento e das palavras dos escribas judeus da época, que reproduziam as palavras, mas não tinham autoridade.

Hoje, quando analisamos as estruturas do Estado, vemos muito claramente que algumas são pura força. Nada de conteúdo. Falta às estruturas de força do Estado a autoridade dada pelo sentido Bíblico. Falta às estruturas do Estado o respeito de seus cidadãos e muitos fatores poderiam ser arguidos como fundamentos para o esvaziamento dos discursos modernos e da dificuldade para os cidadãos mostrarem respeito pelos entes estatais.

O advogado, que interage no exercício profissional a toda hora com as estruturas do Estado, percebe, de um lugar privilegiado, o Estado como principal protagonista do descumprimento das leis e da Constituição, violador de direitos e princípios humanos, que desmotiva o respeito.

Como exigir compreensão de um preso que vê seus benefícios se vencerem no curso do cumprimento da pena e serem concedidos depois de muito sacrifício por um juiz e simplesmente descumpridos pelo estabelecimento prisional? A demora em conceder o benefício pelo juiz, a burocratização cada vez maior e a negativa de cumprimento pelo estabelecimento prisional da ordem judicial faz com que o Estado entre em descrédito. O Estado deve ser o primeiro a se apressar em cumprir as leis, a constituição e os princípios humanitários básicos.

Não são raras, nos balcões de secretaria, as reclamações de profissionais do Direito sobre a dificuldade de ver as leis serem cumpridas. Mesmo sem tocar no assunto da morosidade constata-se muitas negativas. Cessar o uso abusivo da força, prestar um serviço público de qualidade, com coragem para resolver as questões do povo é fator fundante do respeito e reconhecimento da autoridade do Estado.

É fato que a sensação de ausência de segurança é marcante e crescente. Mas o melhor funcionamento das instituições do Estado é que proporcionará maior respeito dos brasileiros para com o Estado, superando a sensação de ausência de segurança de forma que todos possam se reportar ao Estado Governo, Juiz e Legislador reconhecendo sua autoridade e não a sua força.

Wagner Dias FerreiraAdvogado e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A nova secularização

Colunas Johan Konings
                                                                                                                             FONTE: domtotal.com

O IBGE em 2010 constatou que no Brasil só tem 2/3 de católicos.

O assunto da secularização voltou novamente à pauta, sobretudo depois que o IBGE em 2010 constatou que no Brasil só tem 2/3 de católicos e 10% sem religião. O avanço das comunidades evangélicas, especialmente de tipo (neo)pentecostal não convence quem está preocupado com o evangelho de Cristo, pois o que mais importa nessas comunidades são muitas vezes os milagres. A meu ver está acontecendo uma nova secularização. Explico.

Nos séculos 17 a 20 presenciamos uma secularização que partia da razão intelectual (espírito científico crítico) e da política (emancipação em relação à “cristandade” como casamento de Igreja e Estado). No que concerne à Igreja católica, essa secularização deu origem ao Concílio Vaticano I (1870, como reação) e ao Concílio Vaticano II (1962-65, como tentativa de diálogo). Aos cinquenta anos do Vaticano II notamos ainda alguns teólogos e sociólogos da religião envolvidos no processo da “sadia secularidade” e da “autonomia das realidades seculares”, inclusive a “desmitologização” da imagem do “Deus-no-céu” e coisas semelhantes. E é bom que esse processo continue, porque muita gente ainda vive com a cristandade na cabeça, vendo a Igreja (católica) como um poder na sociedade ou, pelo menos, como protetora da cultura e da moral na sociedade.

Mas olhando para os jovens, tenho a impressão de que seu afastamento das comunidades cristãs tradicionais (não só da católica, como também da luterana, presbiteriana, episcopaliana) se deve a outros fatores. Não estão lá muito preocupados com as questões “epistemológicas” ou “metafísicas”, e muito menos ainda com a “moral” e a política, pelo que parece. Alguns mostram admirável sensibilidade pela ética pública, pela ecologia. Mas a maioria está envolvida na tecnociência e no redemoinho da incessante inovação tecnológica e “consumerista”. Ou no mundo do cibernético, do virtual, do imaginário estético-sensitivo sempre mais ilimitado, quando não expandido na base de estimulantes...

Parece-me que isso representa uma nova forma de secularização, às vezes camuflada por expressões religiosas ecléticas e extravagantes. Afinal, alguns grandes traficantes presos ultimamente andavam com uma vistosa cruz pendurada sobre o peito (com corrente de ouro)...

Essa não é uma secularização que possa ser compreendida num diálogo teológico-filosófico, embora estre continue válido. A nova secularização surte, antes, do domínio do psicológico, do afetivo. Os jovens não precisam apenas de coordenadas intelectuais para sua vida. Precisam de símbolos. Eles não se criaram num mundo ordenado como o das comunidades do interior no século 19. Criam-se no caos urbano, onde os valores não são ditados pelo padre e controlados pelo chefe da polícia, mas quase irresistivelmente impostos pela propaganda, pelo comércio. E controlados pela pressão social da hipercomunicação. Não têm exemplos norteadores. Os anciões pertencem a outra civilização, pré-cibernética...

O desafio cristão da “sadia secularização” agora é: como manter a memória e o testemunho de Jesus de Nazaré levantados como bandeira para este novo mundo? Notem bem, eu digo como bandeira, sinal no meio do mundo, assim como a Constituição Lumen Gentium do Vaticano II descreveu a missão da Igreja. Não como uma sociedade dominante, nem paralela, mas como uma comunidade alternativa de discípulos e amigos de Jesus, inseridos na sociedade como entidade particular e cidadã, participando, sem privilégios civis, de tudo o que for bom e mostrando outro caminho na presença daquilo que, à luz do Evangelho, é inaceitável.

Já existem comunidades que entenderam este desafio, não só no Brasil como no mundo inteiro. Possam elas se consolidar e sair para testemunhar, antes do que impor um poder como aconteceu no passado. Serem sal da terra e luz do mundo, sem pretensão de ser “o mundo”...

Johan KoningsJohan Konings nasceu na Bélgica em 1941, onde se tornou Doutor em Teologia pela Universidade Católica de Lovaina, ligado ao Colegio para a América Latina (Fidei Donum). Veio ao Brasil, como sacerdote diocesano, em 1972. Foi professor de exegese bíblica na Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (1972-82) e na do Rio de Janeiro (1984). Em 1985 entrou na Companhia de Jesus (jesuítas) e, desde 1986, atua como professor de exegese bíblica na FAJE - Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Belo Horizonte, onde recebeu o título de Professor Emérito em 2011. Participou da fundação da Escola Superior Dom Helder Câmara.

Família de paciente psiquiátrico que se queimou é indenizada

O homem feriu-se em clínica durante o banho; ele estava desacompanhado

A mulher e a filha de um paciente que sofreu queimaduras de terceiro grau na clínica onde estava internado vão receber indenização de R$ 20 mil por danos morais, em nome do familiar, que faleceu enquanto tramitava a ação judicial. A decisão do juiz Renato Luiz Faraco, da 20ª Vara Cível, é de 8 de setembro de 2015.

O paciente era esquizofrênico e se tratava havia onze anos. Em 24 de julho de 2009, devido a uma “crise mental”, ele foi internado na Casa de Saúde Santa Maria – Centro de Internação em Psiquiatria. No dia seguinte, enquanto tomava banho, ele queimou o braço direito e a região torácica devido à temperatura da água. O paciente moveu uma ação contra a clínica, argumentando que o ocorrido agravou seu estado de saúde, provocando-lhe “intenso abalo psicológico”.

A clínica contestou as alegações sustentando que não houve falha na prestação de seus serviços, porque o incidente deu-se por culpa exclusiva da vítima. Registrou que prestou seus serviços nos moldes contratados, acomodando o paciente apropriadamente e dentro dos padrões técnicos de qualidade. Além disso, a empresa ponderou que não ficaram configurados os elementos caracterizadores da reparação civil.

Uma das testemunhas, o plantonista que socorreu o paciente, sustentou que o médico da clínica psiquiátrica deveria ter determinado que ele fosse assistido por um enfermeiro ininterruptamente. Já a enfermeira da clínica, que não estava presente na data do fato, mas também foi testemunha no caso, disse que o paciente foi encaminhado ao banho e orientado sobre o modo como funcionava o chuveiro, tendo a água sido dosada e preparada por um funcionário. A enfermeira relatou que, segundo a equipe da clínica, o paciente mexeu nas torneiras e desregulou a temperatura. Informou ainda que, identificada a queimadura, ele foi socorrido de imediato e, com a piora do ferimento, ele foi levado ao hospital.

O juiz Renato Faraco considerou que o caso deveria ser analisado à luz do Código de Defesa do Consumidor e que cabia à instituição de saúde demonstrar a regular prestação de assistência ao paciente. Nos autos, segundo o juiz, havia fotografias que comprovavam que o paciente foi atendido no hospital Life Center em 26 de setembro de 2009 devido a uma queimadura de segundo grau que evoluiu para terceiro grau.

O juiz Renato Faraco entendeu que a postura da instituição foi inadequada. “Ainda que se considere que o autor estivesse 'tranquilo' quando foi direcionado ao chuveiro, é certo que ficou à sua própria sorte naquela ocasião, mesmo quando a promovida [a clínica] tinha ciência de sua submissão ao regime de internação por 'crise mental' poucos dias antes do malsinado acidente”, afirmou. O magistrado prosseguiu dizendo que não é preciso ter conhecimentos específicos para saber que a admissão de um paciente em regime de internação pressupõe gravidade em seu quadro clínico e a necessidade da assistência ostensiva de que apenas clínicas e hospitais dispõem.

“Além disso, é fato público e notório que a esquizofrenia acarreta transições na personalidade do indivíduo, de modo que, em momentos de crise, a pessoa terá tolhida, total ou parcialmente, a sua capacidade de compreensão e de autodeterminação”, sentenciou, concluindo que a empresa não fez tudo o que estava ao seu alcance para impedir que o paciente pusesse em risco a própria vida.

A ação segue tramitando no Judiciário. O inteiro teor da decisão pode ser conferido aqui.


FONTE: 

Assessoria de Comunicação Institucional
Fórum Lafayette

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Projeto Ammor divulga minha entrevista para a TVC BH

O projeto Ammor divulgou em seu site e sua fanpage minha entrevista para o programa Palavra Ética

transmitido pela TVC BH.

Citei meu trabalho para a clínica onde trabalhei por sete anos prestando atendimento e assessoria jurídica a pessoas portadoras do HIV.

O link está no site do Ammor.