Neste mês, abordei o tema das manifestações. Participei de audiências públicas na Assembleia Legislativa para tratar do assunto, quando um deputado estadual foi
agredido com spray de pimenta por policiais militares, no dia 21 de abril,
quando tentava adentrar à praça Tiradentes acompanhado de sindicalistas do segmento
policial para manifestarem contra o parcelamento de salários. Enfatizei a importância da luta sindical ser
colocada em um contexto maior, unida a outras lutas sociais. Onde os
sindicalistas policiais deveriam ficar com outros sindicalistas que os
policiais já reprimiram com força, spray de pimenta e gás lacrimogênio.
A ausência de uma fraternidade entre as
mobilizações sindicais faz com que percam força induzindo o conteúdo que ressoam
a emergir isolados. Como pareceu nas mídias sociais e na mídia televisiva o
evento envolvendo o deputado estadual vitimado por spray de pimenta.
Artigo na íntegra:
Um deputado estadual foi agredido com spray de pimenta por policiais militares no 21 de abril, quando adentrava à praça Tiradentes acompanhado de sindicalistas policiais para manifestarem contra o parcelamento de salários. Ao falar em audiências públicas da Assembleia Legislativa sobre o assunto, enfatizei a importância da luta sindical ser colocada em um contexto maior, unida a outras lutas sociais: sindicalistas policiais deveriam ficar com outros sindicalistas que os policiais já reprimiram com força, spray de pimenta e gás lacrimogênio.
O Brasil, desde o início do século 20, presencia a força de manifestações. Em semelhança àquelas de 1917 onde movimentos de trabalhadores de orientação anarquista que aportaram no Brasil com a chegada de imigrantes europeus para substituir a mão de obra escrava adquiriram visibilidade. Depois movimentos de orientação comunista mostraram resistência à ditadura de Vargas. Fase em que o movimento sindical para ser acalmado foi cooptado, o que se chamou de “peleguismo”. Momento em que surgiu a CLT, agora combatida para levar trabalhadores de volta ao mais próximo da escravidão.
Na ditadura ocorreram eventos, fruto de segmentos populares de resistência pela luta armada, que sofreram forte repressão policial e tempos depois o movimento da anistia, também reprimido. Estas mobilizações promoveram conquistas importantes e fizeram registros históricos dos quais até hoje colhemos frutos. Seguida pela mobilização que proporcionou grande participação na elaboração constitucional com contribuições populares, que levaram a uma Constituição plural. Com a ressalva que após a promulgação da Carta Magna ela já foi atacada por emendas que com o argumento do aperfeiçoamento modificaram o que era a vontade popular.
Recentemente, as mobilizações que têm ido para a rua, dispersas, radiais (apontam em direções diversas - gente querendo democracia, outros a volta de militares ao poder ditatorial) têm produzido ambiente político caótico. De forma que não emerge a direção para a qual todos caminhem. Uma porque os personagens políticos são incapazes de exercer liderança a apontar direções e duas porque os manifestantes não se vêem representados nos políticos, tanto que não aceitam bandeiras de partidos nas manifestações.
Assim, a ausência de uma fraternidade entre as mobilizações sindicais faz com que percam força e emergem isoladas. Como pareceu na mídia o evento envolvendo o deputado vitimado por spray de pimenta. Este isolamento torna visível o risco de negar a construção histórica dos movimentos unificados e de não alcançar vitórias e conquistas.
Por isso a importância das entidades de classe de policiais dialogarem com professores, servidores da saúde, sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada de modo que ao levantar a voz e serem resistidos pela força pública sejam irmanados com segmentos para que não corram o risco de dispersão.
Artigo na íntegra:
UNIDADE HUMANITÁRIA
*Wagner Dias Ferreira
O Brasil, desde o início do século 20, presencia a força de manifestações. Em semelhança àquelas de 1917 onde movimentos de trabalhadores de orientação anarquista que aportaram no Brasil com a chegada de imigrantes europeus para substituir a mão de obra escrava adquiriram visibilidade. Depois movimentos de orientação comunista mostraram resistência à ditadura de Vargas. Fase em que o movimento sindical para ser acalmado foi cooptado, o que se chamou de “peleguismo”. Momento em que surgiu a CLT, agora combatida para levar trabalhadores de volta ao mais próximo da escravidão.
Na ditadura ocorreram eventos, fruto de segmentos populares de resistência pela luta armada, que sofreram forte repressão policial e tempos depois o movimento da anistia, também reprimido. Estas mobilizações promoveram conquistas importantes e fizeram registros históricos dos quais até hoje colhemos frutos. Seguida pela mobilização que proporcionou grande participação na elaboração constitucional com contribuições populares, que levaram a uma Constituição plural. Com a ressalva que após a promulgação da Carta Magna ela já foi atacada por emendas que com o argumento do aperfeiçoamento modificaram o que era a vontade popular.
Recentemente, as mobilizações que têm ido para a rua, dispersas, radiais (apontam em direções diversas - gente querendo democracia, outros a volta de militares ao poder ditatorial) têm produzido ambiente político caótico. De forma que não emerge a direção para a qual todos caminhem. Uma porque os personagens políticos são incapazes de exercer liderança a apontar direções e duas porque os manifestantes não se vêem representados nos políticos, tanto que não aceitam bandeiras de partidos nas manifestações.
Assim, a ausência de uma fraternidade entre as mobilizações sindicais faz com que percam força e emergem isoladas. Como pareceu na mídia o evento envolvendo o deputado vitimado por spray de pimenta. Este isolamento torna visível o risco de negar a construção histórica dos movimentos unificados e de não alcançar vitórias e conquistas.
Por isso a importância das entidades de classe de policiais dialogarem com professores, servidores da saúde, sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada de modo que ao levantar a voz e serem resistidos pela força pública sejam irmanados com segmentos para que não corram o risco de dispersão.
*Advogado e Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG
Acompanhem onde ele foi publicado:
Hoje em Dia:
Dom Total:
Correio de
Uberlândia:
Diário do Aço:
Clic Folha (Passos):
Jornal da Manhã
(Uberaba):
Informe Jurídico:
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