Pesquisar este blog

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Congresso de Direito Administrativo em Tempos de Lava Jato


Quo Vadis? (Para onde Vamos?) é a pergunta trazida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, na abertura do Congresso de Direito Administrativo em Tempos de Lava Jato, promovido pela Dom Helder Escola de Direito, nos dias 7 e 8 de maio.  E, se reportando à primavera constitucional brasileira de 1988, apontou problemas que observa no país e declarou que “todos devemos olhar para o espelho e com uma ação reflexiva, buscar assumir a responsabilidade de cada um diante das questões que se apresentam, bem como o entendimento de que “o discenso não é discórdia, não é desfazer os laços”.





Disse ainda que “o diálogo entre o conhecimento e a experiência é fundamental. O diálogo entre a sala de aula e a sala do tribunal trazendo luz aos problemas brasileiros”. E por fim foi taxativo ao declarar que o “STF fez bem ao permitir a prisão após condenação em segunda instância”.

Fachin é relator da Operação Lava Jato no STF e de outro recurso, um agravo regimental, apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra sua prisão no processo do triplex do Guarujá.

Dentre os temas discutidos no congresso: os desafios na efetivação da lei de improbidade frente às decisões políticas ocorridas no âmbito da operação lava jato, o papel e o poder dos órgãos fiscalizadores no combate à corrupção e o controle da administração pública na delegação de serviços públicos.


“Muitos palestrantes ainda registraram a importância da Lava Jato não só por estar punindo pessoas e segmentos que anteriormente não eram alcançados pelo Direito Penal, mas fundamentalmente pelos valores repatriados e reintegrados ao patrimônio nacional”, explica o advogado Wagner Dias Ferreira.

As demais palestras foram proferidas por Bruno Dantas Nascimento, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Maria Sylvia Zanella di Pietro, escritora, professora universitária e ex-procuradora do Estado de São Paulo, e Celso Antônio Bandeira de Mello, jurista, advogado e professor.

Bruno Dantas



A professora Sílvia Di Pietro e o professor Bandeira de Melo fizeram, de parte a parte, forte crítica à lei de licitações sendo esta apontada como instrumento motivador da corrupção no país e também à lei das Parcerias Público Privado (PPP’s) que, segundo Bandeira de Melo, apresenta inúmeras inconstitucionalidades do início ao fim. 

Bandeira de Melo

Vladmir
Na terça (8/5), o ministro do TCU, Bruno Dantas Nascimento e o professor universitário e Ministério Público Federal, Vladmir Barros Aras, proferiram palestra sobre Os Desafios na Efetivação da Lei de Improbidade Frente às Decisões Políticas Ocorridas no Âmbito da Operação Lava Jato. O professor da Dom Helder, Luís André de Araujo, mediou o debate.


Logo em seguida, houve o painel I - O Papel e o Poder dos Órgãos Fiscalizadores no Combate à Corrupção com a participação do professor Universitário e Ministério Público Federal, Douglas Fischer e do jurista e professor universitário, Gustavo Magalhães. A mediação do debate foi feita pelo professor da Dom Helder e juiz federal, José Carlos Machado Júnior.



À noite, foi realizado o Painel II - O Reflexo da Lava Jato nas Novas Diretrizes do Serviço Público com a escritora, professora universitária da USP, procuradora de São Paulo, Maria Sylvia Zanella di Pietro e o advogado e professor universitário, Hamilton da Costa Mitre de Andrade. A mediadora foi a professora da Dom Helder, Adriana Freitas Antune Camatta.

No encerramento, a conferência O Controle da Administração Pública na Delegação de Serviços Públicos com o jurista, professor e advogado, Celso Antônio Bandeira de Mello e com o professor da Dom Helder e procurador do Ministério Público Federal, José Adércio Leite Sampaio. Os debates foram mediados pelo professor da Dom Helder e ouvidor da OAB/MG, André Luiz Lopes.

Na opinião do advogado Wagner Dias Ferreira, a iniciativa da Escola Superior Dom Helder Câmara não só mostra sua sincronia com as contemporaneidades jurídicas mais relevantes como o próprio Congresso representou um grandioso momento para o universo acadêmico das Minas Gerais conclamando todos não só a uma mudança pessoal de atitude diante dos assuntos públicos e de Estado, assumindo cada qual a responsabilidade por fiscalizar e exigir o perfeito funcionamento das instituições, o que certamente irá gerar grande produção acadêmica e profissional acerca do tema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário