Na segunda-feira, dia 10, a Declaração Universal
dos Direitos Humanos completa 64 anos de sua proclamação pelas Nações Unidas
preocupadas com o fato de que a humanidade não repetisse as duas maiores
atrocidades já noticiadas na história, o holocausto e o uso da bomba atômica.
Terminada a Segunda Guerra mundial, o
mundo se viu diante de duas desumanidades extremamente preocupantes. O nazismo
alemão que por meio do holocausto desenvolveu práticas contra outros seres
humanos até hoje afetando os estômagos mais resistentes. Câmaras de gás,
experiências médicas com cobaias humanas, tratamento cruel e desumano em campos
de concentração, imposição de fome e miséria em guetos, matança desenfreada e
excessivo controle pelo medo. O conhecimento disso assustou muitos e permanece bem registrado em
documentários com cenas da época, filmes e nos equipamentos nazistas que foram
preservados. Tudo, para alertar gerações futuras do mal produzido em tempos
passados.
De outro lado, a indignidade dos norte-americanos,
que decidiram utilizar-se da bomba atômica contra as cidades de Hiroshima e
Nagasaki no Japão a fim de obrigar aquele povo a se render ante ao poderio
bélico atômico. A destruição causada e a crueldade dos meios não precisam ser
descritos e nominados. Estes também possuem registros bastante assustadores, e
inúmeras simulações feitas pelo cinema, aos quais precisamos sempre reportar
para ver o quão é cruel o uso desse tipo de armamento. Todos que viveram os
tempos da guerra fria sabem a espada que sempre pairava sobre a humanidade ameaçando
uma terceira guerra mundial.
Nestes 64 anos passados da Declaração
Universal dos Direitos Humanos, os homens parecem ter se esquecido das
atrocidades.
No Brasil, é possível encontrar
pessoas presas pela prática de crimes em containers
de transporte de mercadorias, portanto, espaços não dedicados à vida de seres
humanos. Pessoas acampadas em beiras de estradas sem as mínimas condições de
higiene e saneamento, na expectativa de um “torrão” para plantar e viver.
Brasilguaios discriminados em países vizinhos. Atrocidades praticadas por
motoristas no trânsito, como se os pedestres ou os motoristas de outros
veículos não fossem seres humanos. Infelizmente, a lista de atrocidades
contemporâneas e atuais é enorme.
Criminosos cruéis que matam sem
pensar e não se ressentem do que fizeram, afastando a ideia clássica de que
entre os criminosos, o homicida é o mais reflexivo e arrependido.
Sessenta e quatro anos é muito pouco
tempo para se esquecer um holocausto e duas bombas atômicas. Pessoas que
estavam vivas naqueles eventos ainda estão vivas hoje. Não é como pensar no
nascimento de Jesus ou em sua ressurreição, fatos que não têm mais testemunhas
vivas. A humanidade precisa revisitar estas testemunhas e se lembrar daquelas
atrocidades para repensar suas atitudes, suas decisões de governo e os rumos a
seguir.
Parece um aniversário mais de
reflexão e repensar para a humanidade que para comemorar, apesar de ser
importante registrar que, neste tempo, a humanidade também produziu boas coisas
e projetou bons planos de paz. Programas de desarmamento, projetos de
integração econômica mundo afora, pactos internacionais e cartas de intenção
para temas diversos como a questão de gênero, meio ambiente, direitos sociais e
econômicos, experiências de solidariedade internacional como ocorreram no
Haiti, Timor Leste, como no caso da Estação Espacial Internacional que permitiu
ao Brasil enviar seu primeiro astronauta ao espaço sempre apontam para algo de
bom na humanidade que, à semelhança de um homem individual que vive seus
conflitos internos e prossegue em sua trilha pela vida, a humanidade também constrói
seu caminho.
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